a mudança confortável
das nuvens
revolvendo minhas lembranças
mais distantes
e o caminho
pela paisagem escura
dos olhos
abertos
pela navalha.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
anotação número 1
o tempo escorrendo como uma noite doce, meu bem. meu olhos reclamam a noite e o lugar, falam do hotel perdido no tempo: feito o sono: o coice da lembrança mais distante.
fiquei com esses versos na cabeça, desde ontem - não sei muito bem o que isso significa, ontem é muito longe daqui. eu apenas lembro que ouvia os irmãos tranquilos, os que cantam suavemente:
os irmãos soltavam balões. eu ouvia esse pássaro melancólico e escrevia numa só respiração.
poucos dias têm sido assim, penso.
escrevo bem pouco, como se fosse o velho chinês com sono, subindo montanhas.
não tenho me alimentado.
preciso de um gravador, comprar fitas k-7.
preciso organizar isso tudo.
o tempo escorrendo como uma noite doce, meu bem. meu olhos reclamam a noite e o lugar, falam do hotel perdido no tempo: feito o sono: o coice da lembrança mais distante.
fiquei com esses versos na cabeça, desde ontem - não sei muito bem o que isso significa, ontem é muito longe daqui. eu apenas lembro que ouvia os irmãos tranquilos, os que cantam suavemente:
os irmãos soltavam balões. eu ouvia esse pássaro melancólico e escrevia numa só respiração.
poucos dias têm sido assim, penso.
escrevo bem pouco, como se fosse o velho chinês com sono, subindo montanhas.
não tenho me alimentado.
preciso de um gravador, comprar fitas k-7.
preciso organizar isso tudo.
sábado, 21 de junho de 2008
o choro da senhora v.
abre a noite e reparte
alguns sons sobre a mesa
colocada na esquina
a senhora v.
olha o céu-acima
e volta a lembrar
do dia
sangue, alegria arriscada
canções da tempestade
invandindo o corpo duplo - a carne,
território sob a chuva colorida e rápida
do prazer: as vertigens, as vertigens.
assombro
circulando a brevidade
dos rostos sérios
desvario,
a dança desacordada,
a senhora v.
à deriva, num devir
ensolarado entre as pálpebras
de animais lentos e calmos
a senhora v. corre
e toca as passagens elétricas
das artérias do tempo: a febre, a mente.
o mantra espontâneo
da pele, das pernas
cobrindo a paisagem azul e nova:
a senhora v. não-dorme.
abre a noite e reparte
alguns sons sobre a mesa
colocada na esquina
a senhora v.
olha o céu-acima
e volta a lembrar
do dia
sangue, alegria arriscada
canções da tempestade
invandindo o corpo duplo - a carne,
território sob a chuva colorida e rápida
do prazer: as vertigens, as vertigens.
assombro
circulando a brevidade
dos rostos sérios
desvario,
a dança desacordada,
a senhora v.
à deriva, num devir
ensolarado entre as pálpebras
de animais lentos e calmos
a senhora v. corre
e toca as passagens elétricas
das artérias do tempo: a febre, a mente.
o mantra espontâneo
da pele, das pernas
cobrindo a paisagem azul e nova:
a senhora v. não-dorme.
sábado, 14 de junho de 2008
como um dia qualquer, um domingo azul e morno. aperto os sapatos contra o chão, sorrindo docemente ao encontro de toda gente. a cidade passeia por meus pulsos. olho novamente a paisagem que me deixa livre. como uma manhã nascendo no rosto limpo do afeto. eu olhos os olhos dela com surpresa e vejo tudo claro e de outra maneira. eu caminho por entre ruas e rins, vértebras roídas pelo buraco na cabeça. os sons de um dia qualquer. a velha brincadeira de criar futuros possíveis e olhar as nuvens se desfazendo contra meu peito. um tempo perfeito e você tem um domingo e brisas.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
o velho renascendo
com seus dentes cheios de tédio e raiva
(a agressão delirante de um dia qualquer).
a noite suja dentro da cabeça
rodando rodando rodando rodando
pessoas caindo
sobre o asfalto
de ontem
os carros atropelando
os sonhos mais simples
a vida seguindo
cometas absurdos na pele
do tempo
meus dedos
tocando sóis distantes
cheiro e calor, fúria dormente
da estrada.
com seus dentes cheios de tédio e raiva
(a agressão delirante de um dia qualquer).
a noite suja dentro da cabeça
rodando rodando rodando rodando
pessoas caindo
sobre o asfalto
de ontem
os carros atropelando
os sonhos mais simples
a vida seguindo
cometas absurdos na pele
do tempo
meus dedos
tocando sóis distantes
cheiro e calor, fúria dormente
da estrada.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
ps:sp XII
a fome
de estar cego
e saber o cheiro
a fome
de relâmpagos
pintando a pele
ouvindo
as sugestões
do infinito
pelos poros
devastando
o quarto e o sossego.
de estar cego
e saber o cheiro
a fome
de relâmpagos
pintando a pele
ouvindo
as sugestões
do infinito
pelos poros
devastando
o quarto e o sossego.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
ps:sp X
ela escuta
uma oração lenta
meus lábios
sussurram
alguma blasfêmia
sobre o acaso
delicadeza
e assombro
sobre as mãos
riscando
poemas obscenos
na medula.
uma oração lenta
meus lábios
sussurram
alguma blasfêmia
sobre o acaso
delicadeza
e assombro
sobre as mãos
riscando
poemas obscenos
na medula.
ps:sp IX
uma mulher
descendo lentamente
pelo território
de minhas visões
sem dor
ou violência
azulmente
como as histórias antigas
e grandes poemas.
sem data.
descendo lentamente
pelo território
de minhas visões
sem dor
ou violência
azulmente
como as histórias antigas
e grandes poemas.
sem data.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
ps:sp VI
quero escrever
um poema
pra retirar
do calendário
uma moça bonita
e sair por aí
com ela
a esmo
delisiosamente
ociosos e tranquilos.
um poema
pra retirar
do calendário
uma moça bonita
e sair por aí
com ela
a esmo
delisiosamente
ociosos e tranquilos.
ps:sp V
como um raio
uma música no rádio
ou um peixe azulado
no rio
ela
aparece de repente
com uma chuva
desvairada de alegria
caindo
sobre mim.
uma música no rádio
ou um peixe azulado
no rio
ela
aparece de repente
com uma chuva
desvairada de alegria
caindo
sobre mim.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
ps:sp II
reescrevo
a órbita
do sol
em meus olhos
paisagem aberta
como uma canção
improvisada
um jazz
repentino
e alucinado
cavalgando
no peito.
a órbita
do sol
em meus olhos
paisagem aberta
como uma canção
improvisada
um jazz
repentino
e alucinado
cavalgando
no peito.
domingo, 27 de janeiro de 2008
ps:sp
grande tempestade
sem aviso
inesperada
e doce
como um jardim azul
acesa
como os sonhos
que vêm de longe
e o horizonte.
sem aviso
inesperada
e doce
como um jardim azul
acesa
como os sonhos
que vêm de longe
e o horizonte.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
sábado, 12 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
anotações sobre ruído, loucura e afeto
espero que não esteja irritada. ou sei lá.
espero que tenha encontrado o bilhete com o poeminha
por debaixo da porta -
poeminha que realmente te fiz, com açúcar, com afeto.
imprevistos.
te mando por aqui algumas anotações, algo que escrevo
por necessidade e vontade.
te mando por aqui alguns lampejos sobre ruído, loucura e afeto.
alguns pensamentos não necessariamente ordenados.
tem uma amiga minha que está em griva. griva.
uma pessoa com quem troquei e vivi boas experiências
sobre isso que é entredois. com ela comecei a exercitar,
vivenciar o que chamo de afeto.
ou liberdade. e a palavra, a necessidade da palavra.
explico.
uma das coisas que ela me falava era justamente isso:
o ruído é a pior forma de incomprensão,
a vida explode sempre no mais além.
é preciso falar. é preciso compreensão mútua.
não sei o que você pensou ou está pensando sobre o que fiz.
sei apenas o que penso.
e é justamente por desejar compreensão e não ruído
que falo/escrevo.
minha relação com griva é uma coisa sem nome e bonita.
é justamente a tentativa dessa vivência de algolivre,
algomais,
algonovo.
não somos nem fomos namorados (nada contra o namoro, mas não é o caso).
ela sempre esteve com outras pessoas. eu também.
ela sempre esteve comigo. e eu com ela.
a gente não delimitou o afeto*.
(*afeto: está com griva, em griva, justamente um livro meu
que emprestei pra ela e que trata justamente disso, do afeto.
o ser humano busca isso, o afeto, esse útero-aqui-fora.
eu não acredito no "único", assim como não acredito no "todos" -
o que penso, sobre o afeto, é justamente isso, é sobre o "alguns",
quem me provoca, me faz sentido, me atordoa, me gira.
quem eu acredito que é e que deve ser.
um tu que me é importante, que existe.
um eu-tu com sentidos múltiplos.)
griva está vivendo livremente suas experiências
lá no mundo-outro em griva. e eu estou vivenciando
as minhas experiências nessa recificidade.
sinceramente não sei como estamos, ou se devemos estar.
nem sei que somos nesse exato momento.
intervalo. fim. começo de outro ciclo.
enfim, o que for estará ajustado no afeto, no ébomestarjunto.
gosto muito dela e tenho muito respeito por ela -
mas devo dizer que isso não representa nem nunca representou o "único".
esse posicionamento sempre foi lúcido, um sol no peito aberto.
porque é justamente isso que tenho tentado viver, o afeto entredois.
por acreditar no afeto e na lucidez, esse desejo de compreensão,
escrevi certa vez um bilhete pra griva e que agora compartilho contigo
por achar que me ajuda no que quero dizer e em ser compreendido.
eis o bilhete:
http://josemenin.blogspot.com/2007/09/um-bilhete-de-literatura-e-vida.html
é justamente pelo afeto que te escrevo, griva.
observa o comportamento humano, o meu, no caso.
tu é uma presença feliz,
uma existência feito faca que não deixa espaço para indiferença.
tu é inteligente, bonita, intrigante, atraente.
tu é. tu. tu. tu. uma graça.
uma existência que posso dizer, me faz bem, à vera.
é justamente por isso que te escrevo, tento te explicar que passa comigo.
por ter afeição por tu, te achar uma guria extremamente interessante
(um abismo: eu gosto de abismos,
esses desconhecidos absurdamente delirantes e sedutores e belos.
tu é um abismo.).
afeto, moça. afeto. é isso. quero estar contigo.
e não deixaria em silêncio ou ruído a minha posição -
pois não acredito mais no ruído, esse danado.
espero que tu perdoe minha loucura.
minha loucura tem nome: afeto.
gostaria muito de te ouvir. espero que não esteja irritada.
deixo umbeijo
por dois andares e mais.
por afeto.
hasta.
espero que tenha encontrado o bilhete com o poeminha
por debaixo da porta -
poeminha que realmente te fiz, com açúcar, com afeto.
imprevistos.
te mando por aqui algumas anotações, algo que escrevo
por necessidade e vontade.
te mando por aqui alguns lampejos sobre ruído, loucura e afeto.
alguns pensamentos não necessariamente ordenados.
tem uma amiga minha que está em griva. griva.
uma pessoa com quem troquei e vivi boas experiências
sobre isso que é entredois. com ela comecei a exercitar,
vivenciar o que chamo de afeto.
ou liberdade. e a palavra, a necessidade da palavra.
explico.
uma das coisas que ela me falava era justamente isso:
o ruído é a pior forma de incomprensão,
a vida explode sempre no mais além.
é preciso falar. é preciso compreensão mútua.
não sei o que você pensou ou está pensando sobre o que fiz.
sei apenas o que penso.
e é justamente por desejar compreensão e não ruído
que falo/escrevo.
minha relação com griva é uma coisa sem nome e bonita.
é justamente a tentativa dessa vivência de algolivre,
algomais,
algonovo.
não somos nem fomos namorados (nada contra o namoro, mas não é o caso).
ela sempre esteve com outras pessoas. eu também.
ela sempre esteve comigo. e eu com ela.
a gente não delimitou o afeto*.
(*afeto: está com griva, em griva, justamente um livro meu
que emprestei pra ela e que trata justamente disso, do afeto.
o ser humano busca isso, o afeto, esse útero-aqui-fora.
eu não acredito no "único", assim como não acredito no "todos" -
o que penso, sobre o afeto, é justamente isso, é sobre o "alguns",
quem me provoca, me faz sentido, me atordoa, me gira.
quem eu acredito que é e que deve ser.
um tu que me é importante, que existe.
um eu-tu com sentidos múltiplos.)
griva está vivendo livremente suas experiências
lá no mundo-outro em griva. e eu estou vivenciando
as minhas experiências nessa recificidade.
sinceramente não sei como estamos, ou se devemos estar.
nem sei que somos nesse exato momento.
intervalo. fim. começo de outro ciclo.
enfim, o que for estará ajustado no afeto, no ébomestarjunto.
gosto muito dela e tenho muito respeito por ela -
mas devo dizer que isso não representa nem nunca representou o "único".
esse posicionamento sempre foi lúcido, um sol no peito aberto.
porque é justamente isso que tenho tentado viver, o afeto entredois.
por acreditar no afeto e na lucidez, esse desejo de compreensão,
escrevi certa vez um bilhete pra griva e que agora compartilho contigo
por achar que me ajuda no que quero dizer e em ser compreendido.
eis o bilhete:
http://josemenin.blogspot.com/2007/09/um-bilhete-de-literatura-e-vida.html
é justamente pelo afeto que te escrevo, griva.
observa o comportamento humano, o meu, no caso.
tu é uma presença feliz,
uma existência feito faca que não deixa espaço para indiferença.
tu é inteligente, bonita, intrigante, atraente.
tu é. tu. tu. tu. uma graça.
uma existência que posso dizer, me faz bem, à vera.
é justamente por isso que te escrevo, tento te explicar que passa comigo.
por ter afeição por tu, te achar uma guria extremamente interessante
(um abismo: eu gosto de abismos,
esses desconhecidos absurdamente delirantes e sedutores e belos.
tu é um abismo.).
afeto, moça. afeto. é isso. quero estar contigo.
e não deixaria em silêncio ou ruído a minha posição -
pois não acredito mais no ruído, esse danado.
espero que tu perdoe minha loucura.
minha loucura tem nome: afeto.
gostaria muito de te ouvir. espero que não esteja irritada.
deixo umbeijo
por dois andares e mais.
por afeto.
hasta.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
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