terça-feira, 16 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
ogro sapiens
batendo a cabeça contra o tronco
da árvore mais próxima.
papo macaco com cupins,
disputa de gritos, mais braços
que shiva para matar mosquitos.
poucos dentes, muitos doentes.
por vezes, não conhece o que é bom.
quase não esquece de si e se perde
entre o depois, o durante e o antes
e seus desodorantes são da baygon.
da árvore mais próxima.
papo macaco com cupins,
disputa de gritos, mais braços
que shiva para matar mosquitos.
poucos dentes, muitos doentes.
por vezes, não conhece o que é bom.
quase não esquece de si e se perde
entre o depois, o durante e o antes
e seus desodorantes são da baygon.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
um banjo
o que você quer?,
ela perguntou.
te ajudar a rir,
a gozar e a ficar
bem, eu disse.
e rimos, gozamos
e ficamos bem.
sem compromisso,
ela comentou. com
improviso, eu combinei.
a noite chegou
e as pernas dela
foram para longe.
e eu, bem, eu
dormi feito um banjo.
ela perguntou.
te ajudar a rir,
a gozar e a ficar
bem, eu disse.
e rimos, gozamos
e ficamos bem.
sem compromisso,
ela comentou. com
improviso, eu combinei.
a noite chegou
e as pernas dela
foram para longe.
e eu, bem, eu
dormi feito um banjo.
aurora
aurora é uma rua,
aurora é uma senhora
que serve café de graça
para os bêbados, pela manhã.
aurora é uma cigana,
aurora é uma coletora
de frutas e raízes e sonhos,
aurora é uma deusa.
aurora é uma arte marcial,
aurora é agora e sempre,
aurora é uma oração.
aurora é uma música,
aurora é uma viagem,
aurora é uma sacanagem
entre o sol e a lua, escuridão
quase pelo avesso, quasar.
aurora é uma passagem
para a origem dos tempos.
aurora é uma senhora
que serve café de graça
para os bêbados, pela manhã.
aurora é uma cigana,
aurora é uma coletora
de frutas e raízes e sonhos,
aurora é uma deusa.
aurora é uma arte marcial,
aurora é agora e sempre,
aurora é uma oração.
aurora é uma música,
aurora é uma viagem,
aurora é uma sacanagem
entre o sol e a lua, escuridão
quase pelo avesso, quasar.
aurora é uma passagem
para a origem dos tempos.
terça-feira, 9 de julho de 2013
rodeados da bem-aventurança do Grande Mistério
não há cadeados para o afeto, a respiração segue
envolvendo a montanha e os ciclos lunares. ergue
os olhos e vê os vultos das plantas professoras,
árvores ensinando em silêncio, cio lento da seiva.
vai, seja a poeira e os pés, pêndulos pendurados
no teto do mundo, oscilando entre o riso e o choro.
mastiga as flores e as raízes, escapa das tocas
do egoísmo: há sabedoria selvagem no encontro.
almas incendiadas se olham longamente, riem
enquanto amanhece, enroscam mãos e pernas,
beijam os pés, as costas, os antebraços, línguas
andam na origem do mundo em seus corpos nus.
águas cristalinas nas retinas, breu da voz na garganta:
gemidos, sussurros, posições das estrelas do fogo.
aurora e abertura da aventura. ciclistas que furam
os bloqueios e fluem por lugares sem nome, sonham.
envolvendo a montanha e os ciclos lunares. ergue
os olhos e vê os vultos das plantas professoras,
árvores ensinando em silêncio, cio lento da seiva.
vai, seja a poeira e os pés, pêndulos pendurados
no teto do mundo, oscilando entre o riso e o choro.
mastiga as flores e as raízes, escapa das tocas
do egoísmo: há sabedoria selvagem no encontro.
almas incendiadas se olham longamente, riem
enquanto amanhece, enroscam mãos e pernas,
beijam os pés, as costas, os antebraços, línguas
andam na origem do mundo em seus corpos nus.
águas cristalinas nas retinas, breu da voz na garganta:
gemidos, sussurros, posições das estrelas do fogo.
aurora e abertura da aventura. ciclistas que furam
os bloqueios e fluem por lugares sem nome, sonham.
respiro e canto
saudação da chuva sobre meus cabelos:
eu respiro e canto a divindade interior
e respiro e canto as divindades na teia do planeta.
sol e lua, leões comendo as papoulas da primavera.
o cansaço não estará nos esperando após o despertar.
a manhã é uma benção e as estrelas são buracos
no chão do paraíso, pássaros que nos carregam no ar.
alegria rodopiante de milhões de crianças, krishna
tocando flauta madrugada adentro: cavalgaremos
os tigres envolvidos nas potências da energia criativa.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
bilhete estelar do iogue
senso de humor
deliciosamente tolo
vale bem mais que ouro,
eu sei e sinto e sigo.
foi um iogue
que me disse,
catando um bilhete
nas estrelas:
o riso não envelhece,
tolices são preces
infantis e loucas
e bêbadas.
absurdo, poeira
no umbigo: dentes
de orelha a orelha
tirando as telhas
da razão. velhas
rindo na tempestade
sem nenhuma saudade
do ego, do abrigo.
deliciosamente tolo
vale bem mais que ouro,
eu sei e sinto e sigo.
foi um iogue
que me disse,
catando um bilhete
nas estrelas:
o riso não envelhece,
tolices são preces
infantis e loucas
e bêbadas.
absurdo, poeira
no umbigo: dentes
de orelha a orelha
tirando as telhas
da razão. velhas
rindo na tempestade
sem nenhuma saudade
do ego, do abrigo.
domingo, 7 de julho de 2013
leão na lua
há um leão na lua,
vejo a olho nu.
caminha lentamente
como se soubesse
para onde vai, mas
não sabe.
urra para não errar.
o dia e seu sangue
amanhecem.
bebe água no rio,
sim, existe água na lua.
tem medo, mas desde cedo
sabe que o medo é um inseto
que faz barulho voando perto
dos ouvidos, mas não sabe nadar.
então, o leão mergulha na água.
vejo a olho nu.
caminha lentamente
como se soubesse
para onde vai, mas
não sabe.
urra para não errar.
o dia e seu sangue
amanhecem.
bebe água no rio,
sim, existe água na lua.
tem medo, mas desde cedo
sabe que o medo é um inseto
que faz barulho voando perto
dos ouvidos, mas não sabe nadar.
então, o leão mergulha na água.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
ferver
ferver, forever,
sem frivolidades.
rodopiar para longe
dos mapas das cidades.
queimar calcinhas e cuecas,
queimar, decididamente, as cucas.
subir as montanhas, dedicar
nove canções para as manhas
da natação dos jacarés, os pés
batendo no chão fazendo tremer
os mundos vermelhos de todo coração.
sem frivolidades.
rodopiar para longe
dos mapas das cidades.
queimar calcinhas e cuecas,
queimar, decididamente, as cucas.
subir as montanhas, dedicar
nove canções para as manhas
da natação dos jacarés, os pés
batendo no chão fazendo tremer
os mundos vermelhos de todo coração.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
lua no céu da manhã
chove e eu
sou um lobo.
estou vivo
e uivo.
a água
sabe todos
os meus segredos
e o sorriso que vejo
é a lua no céu da manhã.
sou um lobo.
estou vivo
e uivo.
a água
sabe todos
os meus segredos
e o sorriso que vejo
é a lua no céu da manhã.
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