O
egO
pregO
pregO
egO
O
sábado, 29 de março de 2014
AGORA TALVEZ AGORA AKIRA ACHE A CURA
AGORA TALVEZ A CHAVE A FENDA O FUNDO DA CHUVA
AKIRA A LAMA AGORA O LEMA DA ÁGUA O VIDRO
AGORA AKIRA TALVEZ AGRURA ADORA CABEÇA AGORA ESCURA
a dor chega. amanhece,
aconchega no peito a febre,
a lebre o livro de vento não fere
a fibra o rosto roto do resto dos dias.
AGORA TALVEZ A CHAVE A FENDA O FUNDO DA CHUVA
AKIRA A LAMA AGORA O LEMA DA ÁGUA O VIDRO
AGORA AKIRA TALVEZ AGRURA ADORA CABEÇA AGORA ESCURA
a dor chega. amanhece,
aconchega no peito a febre,
a lebre o livro de vento não fere
a fibra o rosto roto do resto dos dias.
sísifo, lavador de pratos
não há pedras para carregar
para o alto da montanha
todas as manhãs. apenas
uma pilha de louça suja,
uma bacia com água suja,
esponja cheia de bactérias.
não há coleira para prender
a morte junto ao poste da CELPE.
(dois cozinheiros já morreram
encostados nos fios desencapados)
sísifo lava as facas, as facas,
as facas e nunca leva a ideia adiante.
no intervalo acende um cigarro e observa
a gordura gordura gordura que entope o ralo.
lavar pratos não é trabalhar com limpeza.
apenas transferência, a imundície vai
de um lugar para outro. ouro é tolice
nos dentes do morto e na cozinha
assobios não escondem os guinchos dos ratos.
sísifo, lavador de pratos.
todas as manhãs
retorna.
não há sentido em lavar pratos,
levar nuvens no bolso.
o osso
compreende a vida ao máximo.
sísifo, se fu
deu.
para o alto da montanha
todas as manhãs. apenas
uma pilha de louça suja,
uma bacia com água suja,
esponja cheia de bactérias.
não há coleira para prender
a morte junto ao poste da CELPE.
(dois cozinheiros já morreram
encostados nos fios desencapados)
sísifo lava as facas, as facas,
as facas e nunca leva a ideia adiante.
no intervalo acende um cigarro e observa
a gordura gordura gordura que entope o ralo.
lavar pratos não é trabalhar com limpeza.
apenas transferência, a imundície vai
de um lugar para outro. ouro é tolice
nos dentes do morto e na cozinha
assobios não escondem os guinchos dos ratos.
sísifo, lavador de pratos.
todas as manhãs
retorna.
não há sentido em lavar pratos,
levar nuvens no bolso.
o osso
compreende a vida ao máximo.
sísifo, se fu
deu.
uma voz do chão, sopro.
poros atentos aos movimentos
do ar. SANGUE & SONHO.
casa de parto das almas.
pernas e milagres da respiração.
útero, útero, útero: árvore
entre céu e terra.
mobilidade, luxo do fluxo
feliz da intuição. o sorriso
da mulher abre uma brecha
na realidade tagarela.
sem obra do homem,
sem manobra de kristeller.
deposição da criança no solo: somos
terra, pó, este nó incompreensível
com a poeira das estrelas.
poros atentos aos movimentos
do ar. SANGUE & SONHO.
casa de parto das almas.
pernas e milagres da respiração.
útero, útero, útero: árvore
entre céu e terra.
mobilidade, luxo do fluxo
feliz da intuição. o sorriso
da mulher abre uma brecha
na realidade tagarela.
sem obra do homem,
sem manobra de kristeller.
deposição da criança no solo: somos
terra, pó, este nó incompreensível
com a poeira das estrelas.
segunda-feira, 17 de março de 2014
sábado, 15 de março de 2014
a faxina do xamã
a faxina do xamã
a faxina do xamã
luz que rodopia
escuridão sombra
alma da coruja atenta
a faxina do xamã
garganta mantra
a faxina do xamã
olhos limpos, pele
lavada pela lua.
a faxina do xamã
língua do sol,
língua do sol no ventre.
espírito sereno, viajante.
a faxina do xamã, o jantar
pronto, comida fresca,
folha dos sonhos.
a faxina do xamã
não há mais doentes
dentes tintos de vinho
dos totens, coração
mordido.
a faxina do xamã
a aurora, o poente
água do rio corrente
alegria, entusiasmo
a lebre diz: entre.
a faxina do xamã
a faxina do xamã
luz que rodopia
escuridão sombra
alma da coruja atenta
a faxina do xamã
garganta mantra
a faxina do xamã
olhos limpos, pele
lavada pela lua.
a faxina do xamã
língua do sol,
língua do sol no ventre.
espírito sereno, viajante.
a faxina do xamã, o jantar
pronto, comida fresca,
folha dos sonhos.
a faxina do xamã
não há mais doentes
dentes tintos de vinho
dos totens, coração
mordido.
a faxina do xamã
a aurora, o poente
água do rio corrente
alegria, entusiasmo
a lebre diz: entre.
no sanitário do sanatório
anônimo e anêmico,
o ânimo do homem
biônico se restabelece
ao tocar fogo nos rolos
de papel higiênico.
bombeiro afastado
por piromania, não perdi
a mira.
todo dia desafio
o sonho velho
e mijo no espelho.
as chamas
me contam segredos,
papo solto nos saltos.
só depois a urina
no fogo, a fumaça.
cachorro, alma
cínica sem mordaça.
o ânimo do homem
biônico se restabelece
ao tocar fogo nos rolos
de papel higiênico.
bombeiro afastado
por piromania, não perdi
a mira.
todo dia desafio
o sonho velho
e mijo no espelho.
as chamas
me contam segredos,
papo solto nos saltos.
só depois a urina
no fogo, a fumaça.
cachorro, alma
cínica sem mordaça.
terça-feira, 11 de março de 2014
esta cidade atropela
ninguém pelado:
vestem os ferros
de seus carros.
um poeta olha
para os dois lados
e atravessa para molhar
a língua na zona escura da lua.
sempre atropelado,
nunca lido.
não duvido,
sua calma subiu aos céus.
homem lento, passeia
com a tartaruga pelo vento.
vestem os ferros
de seus carros.
um poeta olha
para os dois lados
e atravessa para molhar
a língua na zona escura da lua.
sempre atropelado,
nunca lido.
não duvido,
sua calma subiu aos céus.
homem lento, passeia
com a tartaruga pelo vento.
domingo, 9 de março de 2014
poema tirado da notícia da morte de leopoldo maría panero
loucura, sombra
onde germina
grão da voz doce
e terrível.
ternura insuportável
da menina tagarelando
sobre abismos.
tesoura vermelha,
imaginação sem contornos.
dragão saudando poemas
do manicômio de mondragón.
caprichosa perambulação,
vespas e papoulas circulando
no sangue dos gigantes cegos.
onde germina
grão da voz doce
e terrível.
ternura insuportável
da menina tagarelando
sobre abismos.
tesoura vermelha,
imaginação sem contornos.
dragão saudando poemas
do manicômio de mondragón.
caprichosa perambulação,
vespas e papoulas circulando
no sangue dos gigantes cegos.
animal não tem nome
milhões de caminhos
para o batuque.
alma & sopro.
som das respirações,
saberes que sondam
e sonham as mortes.
...
não há
estatísticas
sobre o labirinto.
para o batuque.
alma & sopro.
som das respirações,
saberes que sondam
e sonham as mortes.
...
não há
estatísticas
sobre o labirinto.
Assinar:
Postagens (Atom)